11/10/2007

Música para ouvir

Queria voltar a pôr música no meu blog - mas já não me lembro como se escreve nesta treta do html. Alguém que me ajude, por favor??

De qualquer modo, vou tentar este fim-de-semana. Nada prometo, mas quero mesmo dar-vos música.

(Assim, sempre saberei se o meu blog anda a ser visionado ou não...eheheh)

Estou de volta???

Caríssimos:

Estou a regressar, mas ainda não sei se em força ou definitivamente.
Tenho de dizer já isto e é horrível: a blau e o piriquito-que-se-chamava-simão perderam-se. Provavelmente já morreram e eu nada pude fazer. Estava de férias quando tudo aconteceu.
Primeiro ele, apanhou a portinhola aberta e deu asas a si próprio e à sua vontade de liberdade, durante tantos anos cativa. Voou como sempre soube voar: muito bem, certinho e nunca mais o vimos. A gaiola estava no jardim e não houve nada a fazer. Depois, os meus pais decidiram colocar a Blau também cá fora para ver se o piar dela o chamaria de volta.
Uma tarde fora de casa e quando regressam, a gaiola dela estava aberta e nada da Blau. Da piriquitinha que tanto lutou para sobreviver e que não sobreviveria um dia que fosse ao ar livre.

Foi assim, no prazo de dois ou três dias, penso. Quando os meus pais me contaram ia ficando histérica. Tive vontade de os obrigar a ir procurá-los. Mas nada pude fazer, acho que eles ainda se sentiram pior que eu e não podia estar a culpabilizá-los ainda mais.

Não gosto de pensar neles, pois fico com raiva de tudo. Quando racionalizo, fico a achar que eles foram encontrados por alguém e isso conforta-me uns 5min., não mais. Depois, sei que provavelmente nada disso aconteceu.

Para a história ficam o casal mais apaixonado que conheci. E espero que estejam juntos agora.
Uma história com final muito pouco feliz.
Não vou dizer mais nada.

27/07/2007


Assim que puder - só depois de 5ª feira, 2 de Agosto - hei-de falar aqui sobre uma coisa mesmo fixe que eu descobri (ou melhor que vi em outro sítio e decidi imitar) e que vai dar umas ideias óptimas para prendas!


Esperem pelo próximo post em breve.



Mas será que ainda alguém acreditará em mim??


Fã de crocks?
Sim. Sinto-me culpada, mas esta treta levezinha é mesmo porreiraça. Ando para todo o lado com elas. Não fico muito apresentável, mas os meus pés agradecem quando me vêem indecisa entre os meus sapatões 15cm de cunha e as minhas crocks - versão Mary Jane (sempre são mais requintadas que as crocks originais).
Até têm uma florinha e estou a pensar comprar um gatinho e um peixinho. Ou um diamante.
Agora já não estou a falar a sério. Mas os meus pés andam muito mais bem-dispostos e querem agradecer-me cheirando menos a queijo, etc (por acaso nunca cheiram, juro!!).
Sinto-me vítima de uma moda que varre o gaijedo beteiro deste país. Andam todas de crocks, com milhentos pins e milhentas cores.
As minhas são da cor do cocó, que é mais versátil. E têm um girassol. Safam banhos em pousadas e dão para ir às compras.
Quero distribuir crocks por toda a família, mas ninguém me liga nenhuma.
E esperando por aquilo que tarda em vir, vou mas é dormir com as crocks e pronto, sempre estou mais aconchegadinha.

22/05/2007

Uma família feliz




Estive no Domingo a tentar fazer 25 Km BTT (Bicicletar tipo trotinete), que é mais ou menos o que eu faço nas descidas.

Estive no Domingo a caminho de muita coisa: a caminho de fazer uma corrida decente; a caminho de não ter medo de descer em curvas e terrenos sinuosos; a caminho de conseguir ter uma boa prestação nas subidas (que é ainda assim aquilo para que as minhas pernas obesas, servem mais ou menos).

Mas esqueçam. Não consegui nada. Fui ultrapassada por tudo e todos. Por uma rapariga que vomitava ao Km 4; por várias outras raparigas; por vários grupos de pessoas com furos complicados. Ainda houve um rapaz que teve a cegueira de espírito de me perguntar se eu já ia nos 50 Km. Primeiro achei que ele estava a brincar e brinquei também: "Sim, estou!". Respondi, sisuda. Depois, quando me perguntou para que lado era afinal, vi que a questão era séria: Meti-me ao caminho e disse: "Não sei, eu vou por aqui!" E fugi o mais depressa que pude.

Estive em Mafra. Em Mafra, na Tapada. Na tapada há javalis. Pouca gente que fez esta volta no Domingo fez as descidas com a cicleta na mão, certo? Logo, acredito que tinham menos tempo para olhar à sua volta e verem famílias. Famílias de javalis.
Mas eu tive esse tempo.
Eu desci muito com a bicicleta ao lado (e como custava descer, com a bicicleta a pedir mais velocidade e as minhas pernas a não permitirem, num passo de caracoleta gigante.
E deve ter sido como caracoleta que esta família me considerou.

Tinha acabado de acontecer a 1ª grande descida. As minhas amigas estavam lançadas, como toda a gente normal que prefere descer e não subir. Eu tinha desmontado e estava com a bicicleta ao meu lado, talvez com mais medo de cair a pé do que se estivesse montada nela.
Quando o terreno se torna mais plano novamente, subo novamente para a bike e começo uma zona da tapada, mesmo tapada.
Não tive tempo de muito mais: só de soletrar um não sei quê, tipo: Aiiiiiiiiiiiiiiiiii. Mas em vão.
A família feliz que passou à minha frente não me ligou puto. Pevas. Népias. Pensou: Esta caracoleta gigante, guincha.


São 11 horas e Belino Mastro quer ir almoçar. São 11 horas e 5 minutos e nem sinais de Zuca Salguedo ou de Pilão Salguedo Mastro. Belino guincha e clama pelo fecho das principais tocas. Zuca, mete umas fraldas a correr em Pilãozinho e os 3 saem atarantados de casa, a correr, e atravessam a estrada sem olhar para os lados e sem ver a caracoleta Catareta Marquise que, com mais uns segundos de pressa tinha tido um encontro um pouco menos que fatal com Belino.
Todos almoçaram, penso.
Até eu.
Desta família feliz guardo a sorridente memória de, desde aquele instante, me ter passado pela cabeça que tinham nomes e tudo, que iam ao supermercado comprar chouriços, que punham fraldas no menino e que faziam cruzeiros nas férias. Que comiam mel às patadas e faziam sudoku com tronquinhos. Que aparavam os dentes no higienista e depilavam as coxas. Que apanhavam táxis.

E depois acabou a corrida e depois cheguei eu.

No autocarro, a conversa mais banalizada era a da falta de javalis, neste ano.

26/04/2007

Pequenos ditadores

Ando à procura de um livro chamado "Novos Tiranos", pelo menos a confiar na memória do prof. Wolfgang Lind.

Tenho procurado por todo o lado, mas nada. Já traduzi novos tiranos em quase todas as línguas à excepção de russo e chinês (e às tantas o livro é mesmo destas bandas orientais...) mas nada aparece pela Amazon.

Foi um fim de tarde excepcional, este passado com o prof. Wolfgang e a professora Arlette, na faculdade. Alemão e belga respectivamente.

Fomos para nos reunirmos com ela, para começarmos a pensar na ideia de fazermos um artigo sobre dislexia e propriocepção.

Mas acabámos todas a conversar e a rir muito com este alemão fantástico, vermelhinho e fumador dos 4 costados.

Um descobridor nato de pequenos interesses, que gosta de falar e de rir e de olhar muito para nós enquanto ri e fica muito vermelho.

Falámos de jesuítas, d' "O Grande Silêncio", de pais e filhos e dos resultados contraditórios que obteve da sua tese de doutoramento, sobre famílias bi-culturais, não necessariamente por esta ordem.

Enquanto isso, fumava muito, muito e amarelava ainda mais a sua barba amarela e as suas unhas acastanhadas.

Falámos de mesadas e de como ele ensinou o filho a deixar de ser pedinchão - controlando a sua mesada e negando-lhe um gelado, que o fez chorar por dentro, como pai.

Sabe hoje que a educação é um bem de longo prazo. E ao frio, a tremer de frio, senti-me outra vez aconchegada pelas conversas mais importantes do mundo: as que se têem nos corredores (ou na mesa do confim do corredor do 1º andar da minha faculdade).

Aprendi um pouco mais a ser mãe que hei-de ser. No frio de 2ª feira, estive a beber de um mestre numa conversa de café, que foi na realidade uma conversa erudita - quanto erudita pode ser uma conversa de risada forte e reflexão séria.

Mas, Wolfgang, preciso saber se o livro se chama mesmo assim.
Se te escrever um mail, de certeza que já te esqueceste que tivémos esta conversa na 2ª feira.

Tirano é o tempo e todos os tiranos são fabricados pelos seus submissos.

A conversa deve sempre acabar no auge, dissse antes de partir e de nos comprimentar com a sua barba fofinha e de desaparecer no branco sujo do corredor em espiral marmórea e metálica.

17/04/2007

Estou de volta!!

Depois de um raio de uma falta de tempo e de um sono e frio nocturnos impraticáveis e de montes de trabalho para fazer e de uma preguiça que não me conseguia arrancar uma frase que fosse, aqui estou eu, com o Blogg renovado.

Renovado, é como quem diz...
É melhor ir com calma.


Hey, já podem vir outra vez!
Tenho a casa limpa novamente!

Vá, venham ver-me e ao meu filho adoptado e logo de seguida abandonado por uma mãe completamente desvinculada. Matias, a mamã ainda gosta muito de ti - mesmo que tenha estado 3 meses sem te dar de comer.
Eu gosto de filhotes magrinhos...ops. Chega de desculpas.

Até breve.

09/01/2007

Pedido de desculpas disfarçado com breve citação camoniana pelo meio

Estou em falta absoluta para com o pó da minha casa. Sei que a devo manter arrumada o suficiente para pelo menos lhe dedicar uma hora por dia. Não o tenho feito de facto, mas também acho que isto do arrumo bloggiano deve ser mais um apetite que uma obrigação.

Assim, o mais que posso prometer é ir actualizando ao sabor da vontade (o que já é bastante auspicioso da minha parte, pois se escrevesse sempre que tenho vontade duvido que tivesse muito mais tempo para as outras coisas necessárias - não necessariamente importantes - da vida.

Por hora devo referir que não encontrei a tal luva amarela e que por isso também a recompensa não foi atribuída e manter-se-á nos cofres da caixa depositária que sou eu.

Refiro também que o novo ano tem sempre uma aura de novo começo, de novas acções e intenções (que mais cedo ou mais tarde se revelam infrutíferas e nos fazem perceber que a diferença entre o ano novo e o transacto é de apenas um minuto), mas o que é certo é que eu gosto de acreditar nesse novo começo e nessa aura especial.

De dizer ainda que o meu cabelo vai voando com o vento que sopra e cada vez está mais coladinho à minha cabeça. Posso garantir que tão depressa não lhe dou nova carecada, para bem da minha própria auto-estima e outras estimas que tais.

Anuncia-se portanto que, (tal como Luís de Camões escreve na página prévia dos Lusíadas) mais a pena cantara, a poder mais.
E ela vai poder muito.

18/12/2006

Luva ao relento na Arrentela


Sabem o que mais recordo do "Sozinho em Casa?" (depois da cara-marcada-com-ferro, claro), sabem?
Pois bem, são aquelas benditas molas que o menino usava para segurar as suas luvas ao casaco! Como eu queria ter umas molinhas daquelas também...
Ás vezes parece-me que faço repelir as coisas e que, por isso, as perco mais facilmente (outras vezes penso de forma mais realista e reconheço a cabeça no ar que sou). De luvas a ... um sem número de outros pequenos objectos (pronto, por acaso este ano ainda só foi a luva, mas montes de coisas estiveram a um passo de me perderem) parece que tudo é motivo para se afastar de mim.
Fiquei mesmo com pena de ter perdido uma luva. Ainda se perdesse as duas, pronto, não pensava mais nisso, mas agora tenho a outra luva a olhar para mim com um olhar terrífico, quase que a dizer: sua desmazelada, deixaste a minha luva-irmã por aí ao Deus dará e agora já não tenho nenhuma vontade de te voltar a aquecer. Hoje mesmo assim tive consciência da perda. Ainda percorri os locais por onde andei ainda de luva, mas nada. (tenho ainda uma pequena esperança que mesmo após uma noite ao relento ela irá aparecer suja, mas viva)
Estava dentro do meu bolso (como raio sai uma luva de um bolso??) e depois deixou de estar.
Ando com o par dela na mala - à espera que aconteça uma cena do género cinderela-gata borralheira, em que o príncipe também só tem um par.
Até lá penso que sou mesmo muito distraída e penso (juro) no frio que a luva estará a passar neste momento e quão mais confortável estaria ela na gaveta das luvas e dos cachecóis e dos gorros.
A minha luva é amarela torrada, de lã. Foi perdida algures no Concelho do Seixal, entre a Arrentela e a Cruz de Pau. Não apresentava quaisquer sinais de maus tratos nem nenhum tipo de perturbação no seu croché. Foi vista pela última vez no bolso da sua dona (bem distraída).
A quem encontrar a referida luva garante-se uma recompensa laneada em lã merino e angorá.

12/12/2006

A Blau está óptima. Desde que que chegou a casa melhorou de dia para dia. Até andava mázinha e arrebitada com o antibiótico e anti-inflamatório que tinha de tomar (ainda me deu umas bicadas valentes). Mas eu até ficava contente, com a força dela.
Está pronta para mais uma curvazinha da vida. E para uma quantidade infindável de recompensas que lhe dei durante toda a semana (fortificante, vitaminas, tronco de comer, etc). Um dia vou tentar tirar uma foto à radiografia do seu ovo. E depois eu mostro.

A todos os que se preocuparam com a Blau durante as últimas semanas mandam-se umas bicadazinhas (ternurentas, claro) de agradecimento e xis-corações a acompanhar com festinhas na nuca - o seu miminho preferido.

Carpear o mundo à nossa volta



Sabem daquele movimento tão engraçado dos gatinhos a preparar terreno para se deitarem? A acalcarem numa mantinha, ou no que quer que seja e a fazer um ron-ron muito estridente a acompanhar? Pois bem, esse movimento chama-se carpear.

Não sei se é bem isso, mas quando ouvi o termo pela primeira vez fez-me todo o sentido. Carpear parece que também está na origem de carpete, que é qualquer coisa que está calcada por natureza. Achei tão engraçado o termo que decidi fazer um post sobre esta acção.

Mas a conversa não tem mais por onde ir. Eu não carpeio e, portanto, a experiência que tenho é aqui a do bichaninho. Até que comecei a pensar que também podemos dizer que carpeamos o nosso mundo quando fazemos as coisas à nossa maneira (como julgamos correctas), quando marcamos a nossa posição, quando somos lembrados por alguém, é também por termos carpeado uma determinada pessoa: aconchegá-mo-la a nós, deixámos a nossa marca.

É perigoso que o carpear se entenda como uma marca indelével de solipsismo ou egocentrismo. Não creio. Na maneira como fiz esta ponte, estava apenas a pensar na marca que vamos deixando aos poucos no mundo, tal como o Gaspar deixa quando se levanta e se vê a marca que o seu corpo deixou.

E daqui até pensar que a 1ª medida do Manuel João Vieira (líder incondicional dos Enapá 2000) quando se candidatou à presidência da república era alcatifar todo o Portugal, vai um passo de tal modo curto, que me chega a parecer que a medida afinal não era assim tão descabida.
(E imagino estradas repletas de alcatifa, com as nossas marcas indeléveis....)
E pronto. Mais nada.

06/12/2006

UIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII!!!

Minha piriquitinha já está em casa, rodeada de mimo por todos os lados, excepto por um, o do Gaspar (que é uma espécie de istmo da bichinha).

De qualquer modo, o tipo passou o tempo todo em frente à gaiola, como que a guardá-la. Acho que está com uns ciumezitos, mas isso não faz mal nenhum aos machos felinos - nem aos outros.

Amo mesmo os meus bichinhos!

UIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII!

05/12/2006

Ainda a torcer por ti...



Esta é uma imagem do Verão do ano passado. A Blau está de rabo virado para nós, mas a apanhar aquele sol de final de tarde que ambos adoram.

Hoje, às 2 da tarde em ponto, telefonei para a veterinária, para saber novidades da menina.

As notícias eram para já positivas, isto é, apesar da delicada intervenção, com anestesia geral e recorrendo a sotura, a periquitinha estava já empoleirada e a receber os mimos do seu companheiro (que se chamava Simão, mas que deixou de o ser a partir do momento em que este nome se associou ao Benfica...)

Aliás, toda a gente na clínica ficou maravilhada com tamanha dedicação por parte do namoradinho. A Blau perdeu muito sangue e ainda está em risco. Não a poderia ir buscar ainda hoje, mas poderia passar para vê-la e assim o fiz.

Quando cheguei, vi de facto que a bichinha estava bastante abalada, de patinhas abertas e fragilizada. Apesar de tudo comeu e parecia sentir-se bem a receber os mimos insistentes do seu gaijinho.

Estou obviamente ainda preocupada, pois é difícil fazer prognósticos para um corpinho de 40gr! Mas com tanto miminho, acho que vai ser uma grande ajuda.

De todos os animais que tive, estes são os únicos que emparelhei. De resto, a Brigite (dalmata), a Natacha (gata siamesa) e agora o Gasparinho (gato persa) foram sempre solitários, no que ao amor intra-espécie diz respeito. Sim, porque do amor-lato, aquele que eu posso dar, eles têm que se farta...

A Blau surgiu na vida deste passarinho-que-se-chamava-simão porque a periquita com quem ele vinha inicialmente (e que era uma jóia, daquelas que pedem mesmo para sair da gaiola e assim) morreu afogada no bebedouro - aliás, teve um ataque cardíaco e caiu para cima do bebedouro.

Decidimos então ir ao Fonte Nova comprar-lhe uma "dama" e era ela. A Blau nunca foi muito expansiva. Nunca gostou muito de contacto e até era muito reguila para o passarinho-que-se-chamava-simão. Mas ele soube levá-la na certa e agora, tal como um verdadeiro casal, ajudm-se até na doença, como se de um matrimónio se tratasse.

Com tantos abortos provocados, não sei se outros maridos suportariam de forma tão sagaz este matrimónio. Mas este está a suportá-lo e parece fazer exactamente aquilo que deve ser feito.

Amanhã volto a telefonar de manhã. Sei que ela está bem (acompanhados por outros canídeos em convalescença) e se tudo correr bem vou buscá-la à tarde, assim que sair da escola.

Hoje não consigo mais do que este relato mais ou menos sofrido e temeroso.

Mas dorme bem e voa para mim o quanto antes. Até o Gaspar já estranhou a vossa falta e também mia por vocês, em solidariedade.

04/12/2006

Estamos todos a torcer por ti


A história é longa e tenho sérias dúvidas em saber se vos hei-de ou não maçar com ela.
Posso começar por dizer que tenho 2 periquitos lá em casa - que já resistiram a muita coisa, inclusivamente ao facto de serem periquitos e de ninguém lá em casa lhes dar a devida atenção. De vez em quando, percebemos que a falta de atenção é notória e levam uns miminhos - mas o que se pode fazer com pássaros? Eu não sei como há pessoas que os soltam e os deixam voar pela casa. Os nossos mimos são dar-lhes pão - que exigem diariamente - e dar-lhes cenoura ou alface. Ponto final.
Neste verão tive a triste ideia de comprar um ninho para meter na gaiola dos meus passarinhos. Eles gostaram da experiência e não demorou tempo a que a menina passasse o tempo a chocar o ovo. Passou tanto tempo dentro do ninho que deixou de comer e de se alimentar devidamente. fez uma luxação da patinha devido à posição que adoptou para o choco e comecei a aperceber-me que, se não fizesse nada, a piriquitinha iria padecer com o ovo no rabinho.

Andei um dia à procura de veterinários especialistas em aves - há muito poucos - e encontrei um muito bom em Telheiras. Aí a minha periquita teve a sorte de encontrar uma médica fabulosa que lhe retirou o enorme ovo. Foi um alívio para todos! Veio para casa numa caixinha aquecida por uma luva de borracha cheia com aguinha tépida e recuperou aos poucos. Senti-me toda inchada de ter ajudado a bichinha. Mas pouco depois, voltava a ter novo ovo e nova intervenção foi necessária, a frio também. Começámos a perceber que era necessário esterilizar a bichana tal era o ímpeto garanhão do meu periquitinho-macho. Tinha de fazer a toma de 3 injecções, mas só lhe pude dar a primeira. Daí para a frente era-me impossível ir de propósito a Telheiras, para mal dos nossos pecados, a periquitinha voltou a estar choca. Só que desta vez nós não sabíamos. A barriga estava agora mole e temia-se que pudesse ser algo tumoral. O RX não deixou quaisquer dúvidas: era uma ovo grande e perfeito, como poucos.
Só que desta vez já estava há muito tempo na barriga e estará certamente colado ao oviducto, o que torna as coisas muito mais delicadas.

A minha periquitinha ficou hoje no veterinário, com o seu companheiro de vida, na gaiolinha deles, com o paninho deles. Ela está a soro e amanhã vai levar uma anestesia geral, para que se retire o ovo (primeiro o líquido e depois a casca) sem tanta dor.
Só poderei telefonar às 2 da tarde. O prognóstico é reservado, eu sei. Ela já tem muita idade, eu sei (6 anos num periquito, é caso para se falar em menopausa, diria). Sei tudo, mas decidi arriscar. Não podia ter a bichinha de rabo alçado, em sofrimento permanente. Retardei a ida ao veterinário porque achava impossível ser outro ovo. Uma outra veterinária, aliás, achou a massa demasiado mole para ser um ovo. Mas era.
Sem ser na Páscoa e com muito menos alegria, também há ovos no Natal. Deus queira que este saia por completo e que a pequenina recupere bem da anestesia. Se ela imaginasse o que ando a fazer por ela, de certeza que não me dava as picadas que me dá. Mas Deus queira também que as continue a dar. E com muita, muita força.
Estamos contigo. Estou a torcer por ti hoje e farto-me de pensar se tu, com o soro, num local estranho, estarás com o teu coração de passarinha a tremer por todo o lado, a ouvir latidos de cão e miados de gato. A pensar que te abandonei, provavelmente. Mas não - amanhã estarei assim que puder ao teu lado para te ir buscar de qualquer maneira. Deus queira novamente que numa luvinha tépida a repousar de tantos abortos provocados.

A minha periquita não tem nome. Não sei bem porquê. Acho que por nunca precisar de a chamar. Mas tive de lhe dar um para ela ter na ficha do veterinário, e por isso é Blau (o nome de um periquito do Pedro). Hoje quando a veterinária nos chamou disse: - Biau, pode vir! E eu fiquei sentada, a pensar que a veterinária tinha dito miau e que era um bocado tonta. Depois ela olhou insistentemente para mim e percebi o pequeno lapso da troca (l com i). Depois o resto já sabem.
Quero trazer boas notícias amanhã.
Chau, Blauzinha, dorme come um passarinho.

26/11/2006

O repouso do coração ou como se (sobre)vive a uma semana de desamor


Agora que o meu coração já está tranquilo, agora que ele já me deixa falar sobre o que dói dizer...prefiro não o fazer.

Foi uma semana difícil, mas que ultrapássamos à nossa maneira.

Gosto de pensar em nós como um livro que se reescreve sozinho (ou quase).

Gosto de pensar que este coração por ti desenhado está mesmo atravessado.

24/11/2006

7:30 da noite escura, parada, molhada

Há uma coisa que se chama agenda na cabeça (que é a agenda que mantemos para as coisas realmente importantes e que achamos ridículo apontar na agenda) e há outra coisa que se chama cabeça de agenda que, para que o meu trocadilho resulte com sentido, quer significar uma cabeça que pensa que consegue decorar tudo e não consegue. Eu pensava que tinha a primeira e hoje percebi que tenho a segunda.

Depois de um dia turbulento quanto baste na escola, entre um miúdo que "desaparece"
e uma mãe que não atende e um temporal que me levava qual Mary Poppins pelo ar; depois de andar o dia todo com o coração apertado, a minha principal prioridade era ir para casa. Fui buscar o carro à oficina onde o tinha deixado para alinhar a direcção e substituir os pneus. Ainda tentei que um dos nossos miúdos fizesse a formação vocacional aqui - mas levámos uma tampa do tamanho do mundo.

Com o carro pronto para a próxima aventura automobilística, o meu pensamento era único chegar a casa, sã e salva, chegar a casa, chegar a casa, chegar, chegar...
Cheguei de facto, mas não devia ter chegado. Devia ter ido de imediato para a minha primeira supervisão e não fui. Comi, adormeci ao som da sic notícias, refastelada no sofá quase a deliciar-me com a sorte que tive em ter corrido tudo bem quando atravessava a ponte e com o azar dos outros, aquela hora a chegar a casa. Ouvi as notícias das 6, das 7, adormeci ao som de acidentes e de derrubos de árvores e filas intermináveis e cortes de vias ferroviárias e cortes de estradas e continuava refastelada.

O pensamento foi rápido a assaltar-me: estava a ter supervisão e não podia mesmo faltar! O que fazer? Eram 7:30 da noite escura e parada - o que é muito pior do que dizer 19:30 simplesmente.
Como chegar à Rua Ortigão Ramos a voar? Como estar em Alfragide e lá ao mesmo tempo. Vesti o meu fato de super-chica-esperta da estrada e meti-me no meio do infindável trânsito que transbordava por Lisboa inteirinha.

Fiz terceiras filas, onde só existiam bermas, businei quando achei que era preciso acordar algum condutor mais conformado com a situação, intrometi-me como se de uma ambulância me tratasse a caminho do "Hospikaty" e velejei por entre lençóis de água, como se de alcatrão se tratasse.

Cheguei por fim ao meu destino, quando já todos os meus novos colegas se preparavam para ir embora. O ambiente era tão acolhedor que os breves momentos que ainda dispus para me retratar, me souberam bastante bem. Fui sincera e expliquei que tinha adormecido.
Hoje descobri que não tenho uma agenda na cabeça e tenho de me adaptar a essa ideia, por muito que me custe.

Provavelmente esta semana difícil que hoje termina não me permitiu ter a cabeça leve para pensar em mim e naquilo que são as coisas que tinha programadas.

Mas ter estado lá foi bom mesmo assim. A tristecidade que foi hoje Lisboa estava um bocadinho mais feliz com a tranquilidade que tentei poisar no regresso a casa, a comparar com a furiacidade que despejava a cada metro percorrido entre as 7 e as 8 da noite escura e molhada da cidade que não deixa Félix dormir.

23/11/2006

Criar ao som do meu blog - musicário IV

Escrevi este post na última semana:


"Nunca fiz nenhum blog ao som da música que lhe ponho. E garanto-vos que vai custar. Não é possível ouvir Cocteau Twins sem ficar com o coração tipo passa de figo. Não sei bem porquê, mas acontece-me. E está a acontecer-me agora.

Parte da minha vida que não está a chover, está aqui, bem perto, a ajudar-me.
Essa parte da minha vida que não tem nunvens é uma parte que não vive propriamente em mim e por isso não se chateia com coisa nenhuma. Nem entristece. Nem chora quando chove. Nem soluça.

A outra parte de mim, que está a pingar, pediu-me para pôr aqui os C.T."

22/11/2006

Chi-chi no mar - parte II

Relativamente ao post de ontem, deturpei totalmente o meu objectivo e detive-me somente numa imagem mental - coisa aliás que faço frequentemente, istoo é, penso que os outros também estão a pensar como eu e escuso-me a comentários explicativos.

Pois bem, o que queria dizer com o "fazer chi-chi no mar" é, claro, uma alegoria da tentativa humana de acrescentar algo da sua produção ao mundo imenso que o rodeia.

Pensava que tinha linhas e linhas para escrever sobre esta ideia fantástica e que ia dar um post e pêras. Mas não deu.
A discussão desta ideia fica para outras núpcias, mas não queria deixar de fazer esta ressalva, se é que ela adiantou qualquer coisa. Já me sentiria satisfeita se ela não vos fizer bomitar monelhos de cavelos e outras pilosidades que tais.

21/11/2006

Fazer o meu chi-chi no mar


Não fui a primeira a pensar nesta alegoria, mas por agora basta-me essa sinceridade.
O que importa é que quando a ouvi me ritumbou (será assim) no ouvido interno e fez mossa em alguns circuitos neuronais, de modo a que eu nunca mais me esquecesse disto.

O que é facto é que quando penso em mim e no mar e eu a fazer chi-chi nele, dá-me vontade de rir. Primeiro, porque não estou habituada a fazer chi-chi de pé, depois porque imagino esta imagem mítica, como um homem a fazer o seu chi-chi, tão tranquilamente quanto pensa sobre a vida e olha o horizonte e eu...eu no mar tenho vontade de fazer chi-chi de cóqueras, demoro eternidades a efectivar o percurso ureteral e quando finalmente dou início ao processo estou com uma cara de sentimento de culpa que acho que toda a gente imagina o que acabei de fazer.

Definitivamente, esta imagem não é feminina. Mas mesmo que fosse, ficava contente se já tivesse feito algumas gotinhas no mar, vá pronto, mesmo que fosse só nalguma banheirinha. Mas vou continuar a buscar essa tranquilidade de homem satisfeito que descarrega as águas na outra água maior. Conta muito fazer chi-chi de pé.
(Ando sem tempo para as fotos)

bomitabam monelhos de cavelo

Quem seriam os gaijos, hã?? quem seriam os trolhas que bomitabam essa porcaria de monelhos, hã? quem anda a comer cavelos em nobelinhos? quem anda para aí a confundir um tipo que até quer fazer bem o seu trabalho, é pá, mas que não pode, quando se aperceve que lhe bomitam cavelos em monelhos? Não dá para ser sério na profissão de vruxo, não dá.

19/11/2006

Lanches de Domingo

Lanches de Domingo são lanches-ajantarados, lancha-se e já não se janta. Lanches de Domingo incluem babados por croissants e pães-açucarados, por chá com leite e bolo de laranja. Lanches de Domingo têm a sonoridade do "pó-de-arroz" do Carlos Paião - aliás tentem começar a letra dizendo... lanches, de domingo, do teu lancheiral, esse lanche fatal, para o teu colesteral e continua...

Lanches de Domingo sabem a friozinho da rua e a quentinho de casa, a conversas de trazer por casa, a roupa de trazer por casa.

E eu que detestava domingos, estou agora uma domingueira de primeira: é um reviver acelerado a semana de um típico trabalhador: isto é, andamos a molengar pelo domingo fora mas as coisas até que se vão fazendo...

A propósito: já ouviram Sunday dos Sonic Youth - (não? pois não?) então façam-me esse favor e depois vêm falar comigo a sério, pode ser?

Pronto, e mais um post sem foto, que o meu blogg também tem direito à sua grevezita que eu nestas coisas sou um chefe bastante laisser-faire.

Beijinhos e abraços, mesmo para quem eu não conheço - devem ser boas pessoas de certeza.

13/11/2006

De costas voltadas para o mundo


Senti-lo a vibrar, mesmo quando não toca. Desbloqueá-lo, só para olhar para o visor. Confirmar as horas por ele. Ser despertada por ele. Escrever notas e apontar-lhe tarefas para ele nos avisar. Receber e dele fazer comunicações para o resto do mundo. E agora que a necessidade está bem criada, pimba! ficar sem ele.

Ontem à noite, esqueci o meu telemóvel em lugar seguro, mas longe demais para poder regressar e ir buscá-lo. Pensamento imediato: levo outro telemóvel, comunico a troca de número e está tudo sob controlo. Eis senão quando o telemóvel suplente se queixa de fome eléctrica, faz birra e cai morto num silêncio de desmaio de fome.

Fiquei fechada para o mundo, como num casulo. Pensava em 1000 situações que poderiam estar a acontecer e que eu nunca poderia saber em tempo real.
Lembrei-me do nome do meu primeiro. O meu primeiro era um AEG, para aí com 250gr de peso e com uma antena retrátil. Chamavam-lhe sapatomóvel e durante muito tempo gozaram comigo de ter tal instrumento de comunicação. Ainda consegui mandar umas mensagens naquilo, lembro agora.
Depois tive um Nokia 3210, verde lima. Sempre longe do reboque das novidades, o meu 3210 aguentou-se até ao impossível. Mais tarde apareceu o SonyEricsson (versão cheia de flops, onde o 4 não funcionava e quando queria adormecia em total narcolepsia, sem dar cavaco). Depois de vários upgrades ao dito, deixei caí-lo na via pública e pouco depois...ganhou asas e voou.
Agora tenho um primo deste o T610, que não se está a aguentar nada mal. Olhando com atenção, vejo nele um formato semelhante ao primeiro sapatomóvel e ganhei-lhe estima por isso. Penso agora na resistência que fiz ao uso do telemóvel. Mantive-me fiel ao meu bip para aí até 1997, isto é, há 10 anos atrás, numa altura em que praticamente já toda a gente andava de mimo (o meu telemóvel engolia um cartão inteiro dentro dele, dá para imaginar?)
Quando regressei hoje para o ir buscar foi como ir à creche buscar o Francisco Pedro, o Teotónio Manuel, a Maria Francisca, a Constança. Peguei nele e inventariei as novidades que recebera durante a minha ausência, como farei de certo a um filho. Fiz 5 telefonemas seguidos (quase como fumar cigarros por compensação, será) e depois passou.
Agora está ao meu lado a recuperar a noite mal dormida. E eu senti-me virada de frente outra vez. Como deve ser.

10/11/2006

Estar de bem

Ontem foi dia (noite, melhor dito) de saída de gaijinhas. Destino: quanto mais fútil melhor. Por isso, destino: Amoreiras.
Assim que nos encontrámos senti-me em casa. Cada vez sinto mais que gostamos de estar juntas e que nos sentimos bem dessa maneira. Eu passei o tempo a espingardar os meus novos termos étnicos e a pronúncia da margem sul que não me custou a apanhar de ouvido: gaija boa é "cadeirrona" - entendam-se os rr como uma ligeira acentuação e não propriamente como o nosso rr convencional. Isto tem que se lhe diga.

Pesquisámos as lojas típicas para 4 moçoilas que procuravam botas e cremes.
Terminámos a busca numa perfumaria, da qual vim a perceber que existe: pó iluminador, que existe blush em creme, base em pó mate e base transparente em gel. Que os homens também já podem usar maquilhagem, que existem uns meteoritos luminosos por onde se passa o pincel que acentual as maçãs do rosto, que ele há tezes mais claras e tezes mais escuras e que a minha não se sai nada mal neste capítulo.
Senti-me como junto de 4 enciclopédias sobre todos os cremes e marcas que existem e eu um burro a olhar para um palácio e a comer pão-de-ló. Cada marca: La Prairie, Biotherm, Guerlain, Clinique tinha um produto fantástico que uma delas conhecia. A Cristina comprou uma base e enquanto levava uma ensaboadela da empregada-hiper-maquilhada-e-baseada-da-loja nós as três ficámos sozinhas. A experimentar tudo. Nas nossas caras e maçãs e lábios e decotes. E tudo.
Estávamos assim nós, eis senão quando, Kika balbuceia despreocupada: Eu se fosse a ti, a única coisa com que me preocupava era mesmo com os poros. E o burro deixa cair o pão-de-ló ao chão e o palácio desmorona-se à sua frente. "Mas que raio são os poros?" e "É claro, os poros!!!" foram os meus pensamentos simultâneos. Kika, quiseste dizer que eu tinha poros. Pois é, acertaste. Próxima busca: como curar os poros. Próxima descoberta: a clinique tinha um produto fantástico feito à minha medida. Um serum nocturno para fazer fechar os poros (nós só acreditamos nestas coisas quando estamos em frente a um vendedor que parece que nos está a falar dos milagres da IURD) e outro para os disfarçar. E pronto, ali estava eu, também com uma necessidade descoberta havia 5 minutos e, a partir de então, a achar que toda a minha vida gira à volta dos malditos poros do meu nariz e arredores. Agora sonho com o serum e com o disfarçador. Ainda não comprei nenhum porque sou bem comportada e quero comprar um de cada vez no mês.

E depois fomos embora com a promessa de regressarmos mais ou menos semanalmente ou consoante as necessidades de futeis de cada uma de nós. E ainda antes bebeu-se uma coca-cola light (pronto, eu comi um gelado no Mac).

E mais depois ainda deitei-me a pensar como ainda hoje tinha estado no tribunal a acompanhar um dos meus "rapazes do PIEF" que é arguido num processo devido a vários furtos de automóveis. Reparei que ele estava nervoso e que por isso gaguejava ainda mais. Não parava de mexer na sua orelha infectada por brincos sujos e promíscuos de outras orelhas e não parava de olhar para ver se a sua mãe chegava. Falámos pouco mas eu estive sempre ao pé dele. A mãe chegou mais tarde e não parou de falar. Ele apenas lhe pediu dinheiro e ela acedeu prontamente. Este era o rapaz que pior se dava comigo. Agora somos uns conhecidos cordiais. E ele já diz: "A s'tora Catarina é fixe". Em vez de dizer: "Oh diabo" e "pitbull" cada vez que me via.

Imagine-se, sentados à porta do tribunal, falei com ele sobre os assaltos que o meu carro já tinha sofrido. Ele ouviu-me e pareceu compreensivo. Pus-lhe um penso na orelha e pouco mais. E já deixei de ser um cão raivoso.

E entre um mundo e outro (o do fim e o do início do dia) balanço sem cair, a rodopiar entre uma e outra margem do Tejo e a dizer para mim: estou de bem.

07/11/2006

O que me entusiasma




A partir do próximo sábado vou frequentar uma especialização em psicoterapia, pela sociedade portuguesa de psicoterapias construtivistas, durante os próximos tempos.

Como tenho pré-especialização em saúde, não terei de frequentar módulos teóricos e farei apenas acompanhamento supervisionado de casos.

O site é www.sppc.org.pt/. Podem dar uma olhadela.

Sinto que vou aprender bastante e só isso deixa-me já bastante contente.
Sinto que com isto estou a agir em prol do meu futuro público-alvo e que vou aprender supervisionada a lidar verdadeiramente com as problemáticas da psicopatologia humana.

Estou bastante contente. E às vezes as coisas feitas assim de um momento para o outro, sem pensar muito, não costumam sair mal. Não foi bem o caso, pois tive hesitante até ao momento da largada. Mas decidi-me pelo seguro: o embarque em mais uma viagem.

As noites são curtas para o meu cansaço. Agora espera-me o sono repleto de sonhos agitadíssimos que incluem personagens como Desineys, Jaquités, a "assaltar-me" o juízo. Felizmente que me vou habituando à sua presença. O que também me entusiasma.